Entre diversas mulheres na ciências, como a Emmanuelle Charpentier, precisamos destacar o trabalho de Florence Sabin. Ela foi uma cientista visionária e pioneira nos campos da anatomia, imunologia e saúde pública, quebrando barreiras em um período em que poucas mulheres tinham acesso à educação científica. 

Reconhecida por suas contribuições inovadoras, Sabin abriu caminhos para mulheres na ciência e impactou profundamente a compreensão médica de doenças infecciosas e do sistema linfático. Neste artigo, vamos conhecer a trajetória inspiradora de Florence Sabin, suas principais descobertas e o impacto de suas pesquisas até os dias atuais.

Quem foi Florence Sabin? 

Florence Rena Sabin nasceu em 1871, em Colorado, Estados Unidos. Desde jovem, demonstrou um grande interesse pela ciência, motivada pela leitura e pelo incentivo de seus professores. Após a morte prematura da mãe, Sabin e sua irmã foram criadas pelo pai, que apoiou sua educação. Florence frequentou o Smith College e, mais tarde, a Universidade Johns Hopkins, onde sua paixão pela pesquisa científica floresceu.

Sabin se destacou como uma das poucas mulheres a ingressar e prosperar na carreira científica, especialmente em uma época em que o preconceito de gênero limitava as oportunidades de mulheres na ciência. 

Além de suas descobertas, sua carreira foi marcada por inúmeras “primeiras” conquistas femininas: Sabin foi a primeira mulher a ocupar um cargo de professora titular na Johns Hopkins University School of Medicine e a primeira mulher membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Entrada de Sabin na ciência

A trajetória de Florence Sabin na ciência começou em Johns Hopkins, onde iniciou seus estudos em 1896. Ela trabalhou sob a orientação do Dr. Franklin P. Mall, que incentivou seu interesse pela pesquisa em anatomia e o desenvolvimento de novos métodos de pesquisa. 

Em 1901, Sabin apresentou sua primeira publicação científica sobre o desenvolvimento do sistema nervoso em embriões, estudo que foi altamente aclamado e abriu portas para suas futuras pesquisas.

Mais tarde, Florence Sabin voltou-se ao estudo do sistema linfático e da tuberculose, duas áreas que se tornaram as principais frentes de seu trabalho. Ela também dedicou tempo e esforço para aprimorar as condições de saúde pública nos Estados Unidos, especialmente em sua cidade natal, Colorado, onde ajudou a implementar reformas no sistema de saúde e campanhas de conscientização.

O que Florence Sabin descobriu? 

Florence Sabin realizou descobertas científicas que avançaram a compreensão de processos fundamentais da anatomia e imunologia, especialmente no que se refere ao sistema linfático e ao sistema imunológico. 

Sistema linfático 

Florence Sabin foi pioneira na descoberta de que o sistema linfático se origina das veias durante o desenvolvimento embrionário, revelando que os vasos linfáticos não eram estruturas autônomas, mas ramificações do sistema venoso. Esta descoberta abriu portas para a compreensão de condições como o linfedema e outros distúrbios linfáticos, muitos dos quais possuem componentes genéticos.

Hoje, sabemos que certas mutações genéticas podem predispor indivíduos a problemas no sistema linfático, como o linfedema hereditário, caracterizado pelo inchaço crônico das extremidades devido ao acúmulo de linfa. 

Estudos genéticos modernos também investigam como a formação do sistema linfático, detalhada por Sabin, pode ser influenciada por genes específicos, contribuindo para uma melhor compreensão de como essas condições são passadas de geração em geração e possibilitando a criação de terapias mais eficazes para pessoas com predisposições hereditárias.

Sistema imunológico

Outro campo essencial das contribuições de Florence Sabin foi o sistema imunológico, particularmente seu trabalho sobre os glóbulos brancos e a resposta imunológica do organismo. 

Ela desvendou parte da função das células brancas no combate às infecções, oferecendo um novo entendimento sobre como o corpo reage a agentes patogênicos. Hoje, sabemos que a resposta imunológica é fortemente influenciada pela genética, e muitos dos processos celulares que Sabin estudou são regidos por genes específicos que determinam a eficácia com que o corpo combate infecções e doenças autoimunes.

Tuberculose

Sabin também estudou a tuberculose, uma doença infecciosa devastadora na época, e ajudou a identificar as respostas imunológicas do corpo a essa infecção. Sabemos agora que há componentes genéticos que afetam a suscetibilidade à tuberculose. Certas variantes podem aumentar a vulnerabilidade de uma pessoa à doença, enquanto outras conferem alguma resistência. 

Esse conhecimento permite prever, por meio de testes genéticos, se alguém tem maior ou menor probabilidade de desenvolver a doença, ajudando a direcionar os esforços de prevenção.

Florence Sabin e a saúde pública

Após sua aposentadoria do Instituto Rockefeller em 1938, Sabin retornou ao Colorado e rapidamente se tornou uma figura fundamental no movimento de saúde pública. 

Preocupada com o impacto da tuberculose e outras doenças infecciosas, Sabin assumiu uma posição de liderança e trabalhou incansavelmente para melhorar as condições de saúde no estado. Ela usou sua experiência científica e sua influência para implementar políticas de saúde pública baseadas em dados e evidências, que eram incomuns para a época.

Florence Sabin foi convidada pelo governador do Colorado para liderar uma comissão de estudo das condições de saúde pública do estado. Esse estudo resultou em um relatório chamado Sabin Health Bills, uma série de recomendações que impulsionaram reformas legislativas significativas. 

Entre essas reformas estavam a criação de programas de vacinação, a melhoria das condições sanitárias e a introdução de medidas de controle de doenças infecciosas, especialmente em áreas mais pobres e rurais do estado.

Como as descobertas de Sabin afetam os dias de hoje? 

As pesquisas e descobertas de Florence Sabin ainda impactam a ciência e a medicina nos dias atuais. Sua teoria sobre a origem do sistema linfático, por exemplo, tornou-se um conhecimento fundamental para áreas como imunologia e oncologia, auxiliando no desenvolvimento de tratamentos para doenças como o câncer e linfedema. 

Além disso, seu trabalho sobre o sistema imunológico foi essencial para o desenvolvimento de novas terapias e vacinas, salvando inúmeras vidas ao longo das décadas.

Porém, acima de tudo, Sabin é uma grande inspiração para mulheres na ciência. Ao longo de sua trajetória, a cientista mostrou que é possível romper as barreiras de gênero e alcançar o sucesso em áreas dominadas por homens, influenciando gerações de mulheres que seguem sua paixão pela ciência! 

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