A disfunção erétil é um problema que afeta uma grande parcela dos homens em idade adulta. Essa condição geralmente acarreta impactos não somente à vida sexual da pessoa, mas a diversos outros âmbitos do seu dia a dia, podendo estar diretamente ligada à baixa autoestima e à insegurança.
Há muitas maneiras de tratar a disfunção erétil. Após identificadas as suas causas, que variam de pessoa a pessoa, podem ser recomendados tratamentos que vão desde acompanhamentos psicológicos até o uso de medicamentos.
Neste texto falamos sobre os principais fármacos usados no tratamento da disfunção erétil: os inibidores de fosfodiesterase, como o sildenafil – conhecido popularmente como Viagra. Sabia que eles podem funcionar com mais eficácia em determinados organismos, dependendo da genética da pessoa?
Saiba mais abaixo! Explicamos também quais são os principais fatores de risco para a disfunção erétil e como atuam os inibidores de fosfodiesterase no corpo.
O que causa a disfunção erétil?
A disfunção erétil é uma condição que implica na incapacidade ou na dificuldade de se manter uma ereção durante o ato sexual. Entre os principais fatores de risco está a idade avançada: segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, estima-se que metade dos homens com mais de 50 anos apresentam algum grau de disfunção erétil.
Entretanto, a condição pode surgir em qualquer idade, uma vez que pode ser ocasionada por uma série de diferentes fatores. Os problemas circulatórios, por exemplo, são uma das principais causas da disfunção erétil, já que prejudicam o fluxo de sangue para o pênis.
A ereção acontece após a dilatação das artérias do pênis, o que faz o órgão se encher de sangue. Em contrapartida, as veias por onde o sangue deixaria o pênis se contraem, mantendo o órgão ereto. Problemas na circulação sanguínea causados por condições como hipertensão, diabetes, colesterol elevado ou obesidade podem levar a alterações nesse processo, dificultando o caminho do sangue até o pênis. Por essa razão, quadros de disfunção erétil podem ser indicativos de má circulação sanguínea e, consequentemente, de problemas como doença cardiovascular ou acidente vascular cerebral (AVC).
Além disso, por a ereção ser estimulada por neurotransmissores, a disfunção erétil pode ser um reflexo de problemas neurológicos, como doenças degenerativas, ou psicológicos, como ansiedade, estresse e depressão. Há ainda distúrbios hormonais (principalmente relacionados à falta de testosterona) e anatômicos que podem dificultar a ereção.
Outros fatores externos, como o tabagismo, o alcoolismo e o uso de determinadas drogas, podem comprometer o desempenho sexual.
Como tratar a disfunção erétil?
Existem diversos tipos de tratamento para a disfunção erétil, que vão desde o uso de medicamentos até cirurgias e psicoterapia. O primeiro passo para saber qual é o mais adequado é identificar a causa do problema.
No caso dos tratamentos farmacológicos, os medicamentos mais utilizados são os inibidores de fosfodiesterase, uma enzima que degrada o monofosfato de guanosina cíclico (GMPc). Mas, em outras palavras, o que isso significa?
O GMPc é um composto que ajuda a relaxar o músculo do pênis, o que aumenta o fluxo sanguíneo para o órgão. Quando a enzima fosfodiesterase degrada o GMPc, fica mais difícil a circulação de sangue em direção ao pênis, o que pode, por consequência, levar a um quadro de disfunção erétil. Ao bloquearem o funcionamento dessa enzima, os medicamentos inibidores facilitam a atuação do GMPc, possibilitando a ereção.
Esses fármacos são usados, também, nos tratamentos da hipertensão arterial pulmonar, uma vez que seu efeito vasodilatador auxilia na diminuição da pressão das artérias dos pulmões.
Os principais medicamentos inibidores de fosfodiesterase usados no tratamento da disfunção erétil são o sildenafil (Viagra), o tadalafil, o vardenafil, o avanafil e o lodenafil.
Tratamento da disfunção erétil com Viagra e o fator genético
Embora sejam frequentemente prescritos no tratamento contra a disfunção erétil, os medicamentos podem ocasionar efeitos distintos dependendo do organismo da pessoa.
Por exemplo: a eficácia dos tratamentos com sildenafil, comercializado como Viagra, é influenciada pela genética. Estudos genéticos concluíram que há uma relação entre a resposta ao tratamento e um de nossos genes – o gene GNB3, especificamente.
Existe uma variação nesse gene – a variação TT – que indica uma chance maior de resposta nos tratamentos da disfunção erétil com sildenafil. Isso significa que homens que apresentam essa mutação em seu gene podem ter um tratamento mais eficaz ao utilizarem esse fármaco. Por outro lado, pessoas com outras variações no gene (CC ou CT) podem apresentar uma resposta padrão, não tão eficiente, aos tratamentos com sildenafil.
Entretanto, a presença ou a ausência da variação de um gene em seu organismo não define totalmente a eficácia de um medicamento. Há diversos outros fatores genéticos e ambientais, como a existência de comorbidades, o estilo de vida e o uso de outras substâncias químicas, que podem influenciar nos tratamentos farmacológicos.
Para saber qual é o melhor tratamento para você, consulte um especialista.
No mais, diversos hábitos podem ser tomados com o objetivo de reduzir os riscos de disfunção erétil, como manter atividades físicas regulares e uma alimentação saudável, e evitar o consumo de álcool e outras drogas.
Quais medicamentos funcionam melhor no meu corpo?
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Referências
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Nota Técnica n.º 02/2013. 18 out. 2013. Uso recreacional dos inibidores da fosfodiesterase-5 (sildenafila, tadalafila e vardenafila): um novo problema para a saúde pública? Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/nota%20tecnica%2010_2013.pdf. Acesso em 3 set. 2021.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA. Disfunção erétil: conheça causas, sintomas, prevenção e tratamentos. Portal da Urologia. 9 jul. 2018. Disponível em: https://portaldaurologia.org.br/publico/faq/disfuncao-eretil-conheca-causas-sintomas-prevencao-e-tratamentos/. Acesso em 3 set. 2021.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA. Disfunção erétil. Disponível em: https://sbu-sp.org.br/publico/disfuncao-eretil/. Acesso em 3 set. 2021.
SPERLING, H. et al. 2003. Sildenafil response is influenced by the G protein β3 subunit Gnb3 C825t polymorphism: a pilot study. Journal of Urology, v. 169, n. 3, p. 1048-1051. DOI: 10.1097/01.ju.0000058369.72348.ba