O território do Marrocos, ao norte do continente africano, é habitado pelo ser humano há dezenas de milhares de anos. Essa longa história se reflete nas tradições do país, nos idiomas falados pelos marroquinos e, também, na culinária do Marrocos – que é o tema de hoje do blog da Genera.
Podemos observar a influência de várias culturas diferentes na culinária marroquina, entre elas a de outros países da região do Magrebe, a dos povos mediterrâneos e os costumes árabes.
Embora o prato mais famoso associado ao Marrocos ao redor do mundo seja o cuscuz, existem diversas outras receitas que também merecem sua devida atenção. A cozinha do país é rica em especiarias e sabores, como o açafrão, as azeitonas, a hortelã e os frutos secos. Um exemplo disso é o chamado ras el hanout, uma mistura com diferentes temperos utilizada para condimentar pratos como as carnes e o arroz.
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Conheça abaixo alguns dos principais pratos da culinária marroquina.
Cuscuz Marroquino
Não poderíamos começar falando de outro prato. O cuscuz é a receita mais popular das nações do norte da África. Além de muito consumido no Marrocos, é bastante comum também em outros países da região, como Argélia, Líbia e Tunísia.
O cuscuz é um legado dos povos berberes e é preparado há, pelo menos, dois mil anos. Feito a partir da mistura da sêmola do trigo com água, ele pode ser servido com diferentes acompanhamentos, como molhos, carnes e legumes cozidos.
A versão brasileira do cuscuz, consumida com maior frequência no Nordeste do país, é semelhante à marroquina. Os flocos, entretanto, em vez de preparados com trigo, são feitos com farinha de milho.
No ano de 2020, o cuscuz marroquino foi adicionado pela UNESCO à lista dos Patrimônios Culturais Imateriais da Humanidade.
Harira – Sopa Marroquina
As sopas são muito consumidas no Marrocos. Uma das mais comuns é a harira, também chamada em outras localidades como “sopa marroquina”.
Apesar de poder ser consumida durante todo o ano, ela é servida especialmente no Ramadã, uma época de reflexão para os muçulmanos, na qual eles praticam o jejum. A harira, por vezes, é a única refeição realizada pelos seguidores islâmicos durante o período do Ramadã.
Os ingredientes dessa sopa incluem lentilhas, grão-de-bico, tomate, cebola, arroz e vários condimentos. É acrescentada também a ela a tedouira, uma mistura composta por farinha de trigo e fermento com o objetivo de engrossar o caldo. Há versões da harira tanto com carne quanto vegetarianas.
Chebakia
Já que mencionamos o Ramadã, podemos pular direto para a sobremesa para falar sobre a chebakia, um doce tipicamente consumido durante essa época do ano.
Também conhecida como “griwech” ou “mkharqa”, dependendo da região do país, essa receita se trata de uma massa preparada com farinha, água e ovos e condimentada com sementes de gergelim, canela, sal, azeite e flor de laranjeira.
O que se destaca na chebakia é a sua forma: depois de pronta, a massa é cortada e dobrada para parecer uma flor. Após frita, a massa recebe um banho de mel e é polvilhada com gergelim torrado.
Além de ser servida sozinha, muitas pessoas comem a chebakia junto com a harira, misturando o sabor doce do mel com o salgado da sopa.
Pastilla (ou “bastilla”)
De volta aos pratos salgados, temos a pastilla (também chamada pelos árabes de “bastilla”). Ela é uma torta recheada normalmente com frango – apesar de que a versão com frutos do mar tenha ganhado popularidade nos últimos anos.
Diferentemente das tortas salgadas que temos o costume de comer no Brasil, a pastilla é feita com uma massa chamada filo, a mesma utilizada no preparo de outras receitas mediterrâneas, árabes e turcas, como a baclava. Para a pastilla, várias massas sobrepostas são utilizadas, o que lhe dá o aspecto de massa folhada.
Há ainda opções doces da receita, que substituem o frango por cremes doces, frutas e amêndoas.
Tangia
De influência berbere, tangia consiste em um tipo de guisado de carne de ovelha, preparado com vários condimentos, como açafrão, cominho e o ras el hanout, a mistura de temperos típica dos países norte-africanos.
O mais interessante desse prato é sua maneira de preparo. Os ingredientes são cozidos em um utensílio de terracota, que recebe o mesmo nome da receita. O recipiente, que tem a forma de uma pequena jarra de barro, é colocado sobre o carvão quente, o que aumenta o tempo de cocção da receita.
Especula-se que o prato seja típico de Marraquexe, cidade da região central do Marrocos e uma das mais importantes do país.
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