Quando você pensa na culinária de outros países, o que vem à sua mente? E, especificamente, na culinária africana?
Algumas tradições gastronômicas estrangeiras são tão populares entre os brasileiros que já viraram parte da nossa cultura. Em qualquer padaria podemos encontrar esfirras e quibes, que se popularizaram com a chegada dos árabes no começo do século XX. A pizza e outras massas, como a lasanha, são importações italianas, e os restaurantes japoneses, com seus vários tipos de sushi, se espalharam por todos os cantos do Brasil.
Mas o que você sabe da culinária africana?
A África é um continente enorme e, desde o início do processo de colonização do Brasil, pessoas africanas de vários países diferentes foram trazidas ao território brasileiro de maneira forçada para trabalhar.
Devido às condições como essas pessoas chegaram até o nosso país, à situação de exploração que enfrentavam e ao tratamento que recebiam, muito de suas histórias e suas culturas foi apagado. É comum, por exemplo, que a população afro-descendente não saiba nem ao menos o país de origem dos seus ancestrais.
Apesar disso, os povos africanos contribuíram enormemente para a formação da cultura brasileira, seja em nossa língua, nos nossos costumes, nas nossas crenças, na nossa estética ou na nossa culinária. Muitas de suas tradições acabaram se mesclando com as dos estrangeiros que estavam por aqui e também com as dos povos originários, que já viviam em terras brasileiras muito antes da chegada dos primeiros portugueses.
Culinária afro-brasileira
A culinária brasileira tem grande influência africana e se enriqueceu muito com ela. Os africanos chegaram ao Brasil e trouxeram consigo vários alimentos dos seus países de origem que, até então, não existiam no continente sul-americano. Além disso, muitas receitas comuns na África tiveram que ser adaptadas com base nos produtos disponíveis no Brasil.
O quiabo, o jiló e o maxixe são exemplos de alimentos de origem africana. Há relatos que o quiabo tenha sido introduzido à culinária brasileira a partir de 1658, com o comércio de escravos. Atualmente, o legume é comum no Brasil e serve de base a pratos típicos como o caruru e o frango com quiabo. O jiló, por sua vez, tem origem na região de Angola e de Moçambique.
Outros alimentos que fazem parte da culinária brasileira e foram trazidos da África são a pimenta-malagueta, o coco-da-baía e o azeite de dendê, óleo extraído de uma espécie de palmeira no qual é frito o acarajé.
Novos Sabores – Culinária Africana
Provar comidas típicas de um país é uma maneira de se reconectar com a nossa história e com os nossos antepassados. Na lista a seguir, apresentaremos algumas interessantes receitas de diferentes regiões da África.
1. Arroz jollof
O prato que causa intrigas no oeste africano.
Uma das principais receitas dos países da costa oeste da África é o arroz jollof. Ele é conhecido pelo seu sabor, mas, também, por ser tema de disputa entre algumas nações do continente. Senegal, Gana, Nigéria, Camarões, Serra Leoa… Esses são alguns dos países que afirmam fazer o melhor arroz jollof.
A palavra jollof tem origem no grupo étnico Wolof, que vive principalmente no Senegal e falam um idioma com o mesmo nome.
O prato consiste em um arroz condimentado com tomate, cebola e pimenta – mas pode levar diferentes tipos de carne e outros legumes, dependendo da versão -, consumido em todos os tipos de evento, de casamentos a funerais. A receita tem até uma data comemorativa: o Dia do Arroz Jollof é celebrado em 22 de agosto.
Para saber qual país tem a melhor receita do prato, só mesmo provando cada uma delas.
2. Funje com calulu de peixe
O funje é o principal acompanhamento das receitas angolanas. Ele é uma espécie de angu preparado tipicamente com mandioca (ou bombó, como se diz na Angola). Outras versões do prato podem ser feitas de milho, sorgo ou batata-doce.
Um dos principais pratos servidos com o funje é o calulu de peixe, um ensopado de peixe com quiabo e berinjela, preparado à base de azeite de dendê. O prato foi trazido pelos africanos escravizados ao Brasil e é a inspiração para o caruru brasileiro.
Outra receita normalmente servida com o funje é a muamba de frango. Um dos pratos típicos mais populares de Angola, ele é similar ao calulu, com frango em vez do peixe.
3. Wot
Outro tipo de guisado vem do leste da África, especificamente da região do Chifre Africano. O wot é um prato comum na Eritreia e na Etiópia, preparado normalmente com lentilhas ou favas. Os ingredientes geralmente incluem tomate, alho, cebola e pimentão vermelho.
A receita geralmente acompanha injera, um tipo de panqueca grande feita a partir de grãos de cereais com a qual se come o wot. Normalmente a massa é preparada com a farinha de teff, uma espécie de cereal com grãos muito pequenos, de aproximadamente um milímetro de diâmetro, nativa dos países do nordeste africano.
4. Cuscuz
O cuscuz é um dos principais pratos da culinária africana, especificamente dos países do norte da África, como Argélia, Tunísia e Marrocos. Com origem nos povos berberes, tem-se registro da sua existência desde mais de dois mil anos.
A receita é preparada a partir da sêmola do trigo, um tipo de farinha obtida a partir da moagem do cereal. Para a preparação do cuscuz, a sêmola é amassada com água até se formarem pequenos grãos, que são posteriormente cozidos e servidos com molhos, diferentes tipos de legumes ou outros ingredientes.
O prato é a base da alimentação em alguns países, como Argélia e Marrocos, e geralmente acompanha cortes de carne.
No Brasil, é preparada, principalmente nos estados do Nordeste, uma variação do cuscuz. Feito geralmente com farinha de milho, há receitas brasileiras tanto salgadas quanto doces do prato.
5. Mucapata
Prato moçambicano, a mucapata é feita com três ingredientes principais: arroz, feijão e coco. Ele consiste em um tipo de pasta obtida após a mistura do arroz e do feijão cozidos e de leite de coco.
A receita tem origem na Zambézia, província de Moçambique localizada na região central do país. O alto índice de chuvas nessa localidade facilita a produção de arroz, um dos principais grãos consumidos nesse país africano.
A mucapata pode ser preparada com diferentes tipos de feijão, o que muda o seu sabor e a sua textura. Algumas das espécies utilizadas na sua preparação são o feijão verde e o feijão-fradinho.
Resgate da memória
Há muitos modos de explorar a nossa ancestralidade e de estreitar os vínculos com a nossa história. A partir da culinária, por exemplo, podemos descobrir os sabores dos tempos das gerações anteriores à nossa, quais ingredientes eles consumiam e como era a preparação da comida.
Apesar de muitos brasileiros saberem ao certo qual é a origem dos seus antepassados e poderem, com isso, explorar os seus pratos típicos e suas tradições, muitas pessoas não têm essas informações por causa do apagamento dos registros históricos de suas famílias.
Uma maneira de conhecer de quais regiões do mundo vieram os nossos antepassados é a partir de testes de ancestralidade. A Genera tem os testes de ancestralidade mais acessíveis do mercado, através dos quais podemos descobrir a origem do nosso DNA e o caminho percorrido por nossos antepassados ao longo do tempo.
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