A doença de Parkinson é um transtorno neurodegenerativo progressivo que afeta o controle motor do corpo e provoca tremores, rigidez muscular e dificuldades na coordenação dos movimentos. Milhões de pessoas em todo o mundo convivem com essa condição, que tende a surgir após os 60 anos — embora casos precoces também ocorram. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram de Parkinson. Continue a leitura para saber mais sobre a doença, suas causas e quais novos tratamentos estão disponíveis para a condição.  

O que é doença de Parkinson?

 A doença de Parkinson é uma condição neurológica progressiva que afeta o sistema nervoso central, especialmente a parte responsável pelo controle dos movimentos do corpo. A doença crônica ocorre devido à degeneração das células nervosas em uma área do cérebro chamada substância negra, que produz dopamina, um neurotransmissor essencial para a coordenação motora.  

É justamente a redução desse neurotransmissor no cérebro que provoca os sintomas característicos como tremores, lentidão nos movimentos e desequilíbrio postural. 

Quais são as causas da doença de Parkinson?

Como muitas doenças neurodegenerativas, a doença de Parkinson ainda não tem sua causa completamente conhecida. No entanto, os médicos acreditam que uma combinação de fatores genéticos e ambientais possa desencadear o problema.  

Dito isso, alguns fatores de risco para a doença incluem:  

  • Idade, já que o risco aumenta com o envelhecimento, sendo mais comum em pessoas acima de 60 anos; 
  • Histórico familiar: ter parentes com a doença aumenta a predisposição; 
  • Exposição a toxinas, como pesticidas e metais pesados; 
  • Traumas cranianos, já que lesões na cabeça podem estar associadas ao desenvolvimento da doença. 

Doença de Parkinson é hereditária?  

Cerca de 10% a 15% dos casos de doença de Parkinson têm um componente genético. No entanto, na maioria dos casos (cerca de 85%, portanto), a doença se desenvolve em pessoas que não carregam o gene causador do problema.

Quais são as fases da doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é dividida em estágios de acordo com a progressão da doença: 

  1. Estágio 1: sintomas leves e unilaterais, como tremores em um lado do corpo; 
  1. Estágio 2: sinais bilaterais, com leve dificuldade de equilíbrio, mas ainda sem comprometer a independência do indivíduo. 
  1. Estágio 3: perda de equilíbrio mais evidente, também há maior dificuldade na coordenação motora, o que torna as atividades mais desafiadoras. 
  1. Estágio 4: limitações severas, necessitando de auxílio para atividades diárias. 
  1. Estágio 5: dependência total de cuidadores, com possível imobilidade. 

Quais são os sintomas de doença de Parkinson?

Os sintomas iniciais da doença de Parkinson podem ser leves e discretos, como tremores de um lado do corpo. À medida que a doença evolui, eles se tornam mais evidentes e intensos. Entre os mais comuns, podemos citar:  

  • Tremor: geralmente começa em uma mão, em repouso; 
  • Rigidez muscular: dificuldade de movimentar os membros; 
  • Bradicinesia: lentidão dos movimentos; 
  • Instabilidade postural: problemas de equilíbrio e coordenação; 
  • Alterações na fala e escrita: voz baixa e dificuldade em escrever; 
  • Perda do olfato; 
  • Distúrbios do sono; 
  • Depressão e ansiedade; 
  • Constipação e distúrbios gastrointestinais; 
  • Problemas de memória e raciocínio.  

É importante dizer aqui que, embora a doença de Parkinson tenha como um dos sintomas os problemas de memória, ela é uma condição diferente da doença de Alzheimer – outra doença neurodegenerativa considerada uma forma de demência que provoca a deterioração cognitiva e da memória, além de outros sintomas neuropsiquiátricos e alterações comportamentais. 

Como é feito o diagnóstico da doença de Parkinson?

O diagnóstico da doença de Parkinson é clínico, realizado com base na anamnese e no exame físico do paciente. Em alguns casos, o médico pode pedir exames de imagem, como a ressonância magnética, que podem ser usados para descartar outras condições.  

Quais são os tratamentos para doença de Parkinson? 

A doença de Parkinson não tem cura, mas existem formas de manejo que auxiliam a retardar o avanço da doença, controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Atualmente, as principais opções são:  

  • Medicamentos: levodopa, agonistas dopaminérgicos e inibidores da MAO-B ajudam a repor ou prolongar os efeitos da dopamina no cérebro; 
  • Fisioterapia e terapia ocupacional: auxiliam na mobilidade e na manutenção da independência do paciente por mais tempo; 
  • Estimulação cerebral profunda: procedimento cirúrgico que implanta eletrodos no cérebro para ajudar a regular os impulsos nervosos motores; 
  • Atividades físicas e mentais: exercícios ajudam na mobilidade, enquanto atividades cognitivas podem retardar o declínio mental.  

Qual médico procurar para doença de Parkinson?

O especialista indicado para o diagnóstico e tratamento da doença de Parkinson é o neurologista. No entanto, o paciente também pode receber apoio e acompanhamento de outros especialistas, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e fonoaudiólogos. 

Risco genético para Parkinson

Fatores como estilo de vida e ambiente desempenham um papel determinante na maioria dos casos. Além disso, existem mais de 24 genes associados a predisposição do desenvolvimento de Parkinson precoce, dentre eles, os genes LRRK2 e SNCA, cujas mutações estão associadas às principais formas de Parkinson hereditário de herança autossômica dominante.

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Revisão: Dra. Patrícia Pontes, médica neurologista