O HIV (Human immunodeficiency virus) é o causador da AIDS (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida ou SIDA em português). Esse tipo de vírus normalmente é contraído por relações sexuais sem proteção ou através do contato com o sangue infectado.

A AIDS foi uma das doenças mais mortais do século passado, vitimando mais de 12 milhões de pessoas somente entre os anos de 1980 e 1990. Podemos citar famosos que faleceram em decorrência da AIDS, como Freddie Mercury, Cazuza e Renato Russo. Na metade dos anos 90, no entanto, foram desenvolvidas medidas antirretrovirais e a doença mortal passou a ser considerada uma enfermidade crônica.

Recentemente, cientistas descobriram em casos isolados a “cura” para a AIDS. Através de transplantes de órgãos e mutações que criam resistência ao HIV, os cientistas confirmaram que existem pessoas que não são mais afetadas pela AIDS.

Características do HIV

O HIV é um vírus que infecta linfócitos T CD4+, uma das linhagens mais importantes para a manutenção de nossas defesas biológicas, utilizando-se do maquinário de replicação destas células para sua própria reprodução.

Quando o ciclo é concluído, novas cópias do HIV são despejadas na circulação do hospedeiro e o linfócito infectado morre no processo, o que leva, no médio-longo prazo, ao sério comprometimento do sistema imunológico que configura a AIDS.

Devido ao seu rápido ciclo de replicação, a variabilidade genética do HIV é muito grande, o que gera uma enorme dificuldade na busca pela cura da doença. Quando foi descoberta em 1982, a AIDS era quase um sinônimo de morte.

A partir de 1995, graças ao avanço da medicina e incontáveis pesquisas e estudos sobre a AIDS, foram desenvolvidos medicamentos e tratamentos para que a doença agredisse cada vez menos o sistema do infectado.

HIV 1 e 2 reagente e não reagente 

Os possíveis resultados do teste de HIV feito pelo método são:

HIV 1/2 Reagente: a pessoa se contaminou com o vírus;

HIV 1/2 Não reagente: a pessoa não está contaminada com o vírus;

Como é o tratamento do HIV

O tratamento de HIV é baseado na terapia contínua com antirretrovirais, pois ainda não está definida de forma detalhada uma maneira de erradicar totalmente o vírus do organismo.

Os primeiros medicamentos surgiram no final da década de 1980, inibindo a multiplicação do vírus no organismo e assim evitando o enfraquecimento do corpo do indivíduo, o que reduz o risco de contração de doenças oportunistas.

Em 1996, o SUS começou a distribuir gratuitamente todos os medicamentos antirretrovirais para pacientes infectados com o vírus, e em 2003 garantiu o tratamento para todas as pessoas independentemente da carga viral.

Caso de remissão do HIV

A remissão do HIV é o período em que o vírus permanece sob controle. Ou seja, o paciente pode estar sem qualquer evidência da doença (remissão completa), mas não é considerado curado pois ainda existe o risco do mal retornar, ou há necessidade de controlá-lo com remédios. Dois casos recentes de remissão ganharam grande notoriedade recentemente.

O primeiro caso foi o de um paciente conhecido como “paciente de Berlim”, que gerou uma repercussão alta em congressos científicos sobre terem encontrado “a cura do HIV”. Esse indivíduo foi submetido há 12 anos a um transplante de medula, sendo que seu doador possuía uma incomum mutação de resistência ao HIV.

Esse caso ainda gera muita controvérsia entre alguns pesquisadores quanto a ter restado ou não algum resquício do vírus no organismo do paciente em exames realizados posteriormente. Entretanto, podemos afirmar que esse caso avançou muito a pesquisa sobre o HIV no âmbito internacional.

A descoberta do segundo caso foi publicada no dia 5 de março de 2019 na Revista Nature, e ocorreu após o transplante de células tronco de um doador com a mesma mutação, que impede a expressão de um receptor do HIV. Essa mutação está presente em aproximadamente 1% da população mundial. Esse paciente ficou conhecido como “paciente de Londres” e está há 19 meses sem que a presença do vírus seja detectada.

É possível curar do HIV?

Não se sabe ainda como o organismo dos dois pacientes irá reagir nos próximos anos, se o vírus ainda retornará ou não, porém os dois casos nos dão esperança sobre a viabilidade de cura.

Sabemos que o transplante de medula não seria uma solução simples para o problema, porém essa descoberta representa um passo a mais na direção de uma cura definitiva e acessível.

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Referências

    1. BRASIL, ANVISA, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. O que é HIV? Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv. Acesso em 03/2019.
    2. Paciente com HIV pode ter se curado da Aids após transplante de medula. Veja. Disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/paciente-com-hiv-pode-ter-se-curado-da-aids-apos-transplante-de-medula/. Acesso em 03/2019.
    3. Segundo caso de “remissão” do HIV é registrado no mundo. Portal T5. Disponível em: https://www.portalt5.com.br/noticias/geral/2019/3/194828-segundo-caso-de-remissao-do-virus-hiv-e-registrado-no-mundo. Acesso em 03/2019.